As convenções de gênero escancaradas, os métodos para anestesiar ou esquecer, o vício em telas e a distorção entre realidade e espetáculo: a obra de Izumi Suzuki, escrita durante os anos 1970 e 1980, parece estar mais próxima do atual Black Mirror do que de muitos clássicos da ficção científica. É o caso das viagens de consciência de “You may dream” e de “Lembranças do Seaside Club”, da distopia queer “Um mundo de mulheres com mulheres” e da violência televisionada de “Tédio terminal”, conto que dá título ao livro. Ainda que, é verdade, não faltem a estas histórias boas doses de fantasia e absurdo, como poltronas falantes, pretendentes amorosos alienígenas e tensões diplomáticas interplanetárias.
Izumi Suzuki empresta a seus narradores e protagonistas uma voz emocionalmente desapegada que torna este conjunto tão singular quanto perturbador. Somando as inúmeras referências à música e ao cinema, as complicações dos relacionamentos familiares e amorosos, e um inconformismo não histérico, que aponta os arranjos sociais e vira o espelho para nós, a coletânea de contos Tédio terminal permanece como quem a escreveu: única, radical e eternamente jovem.
“Seja ao tratar do veneno da tecnologia ou dos sentimentos privados de solidão e desejo, há uma complexidade psíquica na ficção de Suzuki… Tédio terminal é motivo de celebração.” – Jason Parham,Wired
Tradução: Andrei Cunha, Rita Kohl e Eunice Suenaga
14x21 cm | 232 páginas | brochura
ISBN 978-65-5826-090-5
Código | 517 |
Código de barras | 9786558260905 |
Categoria | Literatura |